Regis Tadeu comenta a agenda de shows de outubro

Todo mês, o colunista Regis Tadeu comenta a agenda de shows aqui no Yahoo!. Ácido como sempre, o crítico músical dá a dica das apresentações que você não pode perder e os shows que você não deve passar nem perto.

Assista ao vídeo e veja a agenda completa abaixo:

TEARS FOR FEARS
4 - Pepsi On Stage — Porto Alegre
6 e 14 — Credicard Hall — São Paulo
8 — Citibank Hall — Rio de Janeiro
9 de outubro - Chevrolet Hall - Belo Horizonte
11 de outubro - Centro de Convenções — Brasília
15 de outubro - Siara Hall — Fortaleza
Depois de muito tempo separada, a dupla formada por Roland Orzabal e Curt Smith voltou às boas e o melhor: ao lado de uma ótima banda de apoio, andam fazendo shows sensacionais. É um dos maiores desfiles de hits bacanas por minuto! Se você conhece os bons discos que o grupo lançou, não deixe de ver este show em hipótese alguma.

SEU JORGE
7 — Credicard Hall — São Paulo
Esperto ele é. Seu Jorge resolveu reviver o clima dos antológicos shows que Tim Maia e do Jorge Benjor fizeram no passado e montou uma ótima banda de apoio, suingadíssima e competente. Para quê? Ora, para tocar as chatíssimas e terríveis canções de sua lavra, algumas com as letras mais constrangedoras dos últimos tempos. Para quem encara um show como uma "balada" qualquer, será um deleite, já que a paquera vai rolar solta, as pessoas vão dançar e se beijar loucamente, aquelas coisas de sempre...

NANDO REIS
7 - HSBC Brasil — São Paulo
Antes de você ir a este show, é preciso que saiba que Nando está promovendo aquele que é o seu pior trabalho, o disco e o DVD Bailão do Ruivão. Portanto, torça para que Nando inclua na maior parte de seu repertório algumas boas canções de seus discos anteriores. Caso contrário, se prepare para momentos musicais bem constrangedores.

BAILE DO SIMONAL
8 — Citibank Hall — São Paulo
Capitaneado pelos filhos do "homem" — Simoninha e Max de Castro -, este projeto trata de resgatar as sensacionais canções do cantor mais carismático que este país já viu. Apoiado por uma banda competentíssima e com a possibilidade de aparecerem convidados especiais, é um daqueles shows em que é impossível ficar sem pelo menos balançar algumas partes do corpo.

CAPITAL INICIAL
8 - Triângulo Music 2011 - Uberlândia/MG
11 - Café Hall - Salvador/BA
15 - Visgueira Clube — Ribeira do Pombal/BA
22 - Ginásio Poliesportivo Arthur de Mendonça Chaves - Poços de Caldas/MG
29 Bier Site - Carazinho/RS
Podem acusar a banda de qualquer coisa, menos de ser incompetente em cima do palco e de fraquejar na hora de propiciar um show animado. Por ser o único grupo remanescente da cena roqueira brasileira dos anos 80 que conseguiu reciclar o seu público, o quarteto certamente vai exibir um desfile de hits para todo mundo cantar junto e se esbaldar. Isso, claro, para quem tem idade mental inferior a dezessete anos...

CACHORRO GRANDE
8 — Maringá (PR)
14 - Santo Angelo/RS
15 Guaporé/RS
28 - Legend Bar - Santa Cruz do Sul/RS
29 - TAO Danceteria - Santa Rosa/RS
Esqueça do visual meio ridículo e datado que a banda teima em não abandonar. Por incrível que pareça, as canções dos caras costumam crescer em termos de intensidade e qualidade quando são transpostas para o palco, uma característica essencial para um bom grupo de rock, certo? Por isto, vale a pena dar um drible no preconceito e conferir uma apresentação desta boa banda gaúcha.

CHARLIE BROWN JR.
8 - A. A. Portuários — Santos (SP)
Tão certo quanto o fato de que a banda não tem mais a relevância artística do passado é que o grupo ainda consegue empolgar quem tem menos de dezoito anos de idade e os saudosistas que só ouvem músicas que tocam nas rádios. Se você está incluído nestas categorias, vai se divertir a valer. Caso contrário...

TEATRO MÁGICO
9 — Citibank Hall — São Paulo
Poucas coisas são tão chatas quanto assistir a um show destes caras. O clima de "apresentação musical/teatral/poética/papo-cabeça de fim de ano de colégio estadual" é um dos troços mais insuportáveis que você possa imaginar, ainda mais acompanhado de canções muito fracas, mas que são cantadas em uníssono por fãs que morrem de saudade dos Los Hermanos. Meu Jesus na cruz, como este troço é chato...

DEEP PURPLE
8 - Expo America — São Paulo
10 — Via Funchal — São Paulo
Se você nunca viu este lendário grupo em ação em cima do palco, a hora é agora! Antes que aconteça uma tragédia e algum de seus integrantes venha a pular fora do barco ou falecer, é bom você conferir a avalanche de clássicos de autoria do grupo. Agora, se você já viu a banda ao vivo, faça um favor a si mesmo: fique em casa ou vá fazer outra coisa, porque é o mesmo show de sempre. Aí não dá, né?

PARALAMAS DO SUCESSO
9 - Praça da Luz - São Paulo
22 - Complexo Lavapés - Mogi Mirim (SP)
O que mais pode ser dito a respeito de uma apresentação dos caras? Excelência técnica, performances arrebatadoras, toneladas de canções antológicas, sinergia entre banda e plateia, exemplo vivo da força de viver de um cara que poderia ter se conformado com sua tragédia pessoal, mas que preferiu lutar contra isso em cima de um palco, junto com seus "irmãos". Pode ir ao show, que é diversão na certa. E ver João Barone tocando bateria é presenciar um workshop rítmico como bônus.

PAUL DI'ANNO
9 - Beco 203 - São Paulo
Um dos maiores picaretas da história do heavy metal insiste em arrancar uns trocados de meia dúzia de incautos que ainda acham relevante ver o ex-vocalista do Iron Maiden despejar um repertório mais manjado que um "PF com bife e batatas fritas". Para piorar, o cara não está cantando nada e sempre se apresenta com uma banda montada às pressas por músicos brasileiros. Presepada em grau "master"!

BAD RELIGION
13 — Via Funchal — São Paulo
Aqui não tem erro: é showzaço! É incrível, mas o punk rock da banda fica melhor à medida que seus integrantes vão envelhecendo, sempre com mudanças no repertório, mas sem o abandono de clássicos como "American Jesus", "Cyanide" e "21st Century Digital Boy". Se você nunca viu os caras ao vivo, não perca; ser já viu, não perca do mesmo jeito!

MACHINE HEAD & SEPULTURA
14 — Via Funchal — São Paulo
Outro showzão! As duas bandas lançaram recentemente ótimos discos — Unto the Locust e Kairos, respectivamente — e em cima do palco cada uma delas sempre se apresenta de maneira arrasadora. Pode apostar que vai ser um dois shows mais legais e pesados do ano!

ALEXANDRE PIRES
15 — Citibank Hall — Rio de Janeiro
Só tem uma coisa que é tão ruim quanto esse "pagode xexelento" que anda por aí: é alguém que faz um "pagode xexelento" ainda mais romântico e travestido de uma "classe" tão verdadeira quanto uma nota de R$ 30. Assim é um show do ex-vocalista do Só Pra Contrariar, um negócio tão açucarado que, para evitar acidentes, deveria ter um detector de diabéticos na porta do show. Deus me livre!

ERASMO CARLOS
15 - Teatro Positivo — Curitiba
Ao lado de uma competentíssima banda de apoio, Erasmo ainda consegue mostrar porque é o "Tremendão". Revigorado por conta de seus mais recentes discos, ele ainda exala a velha simpatia e o seu amor incondicional ao rock and roll com um repertório repleto de hits e algumas boas canções de sua nova lavra, algumas com uma surpreendente jovialidade. Pode ir que é diversão na certa...

FREJAT
14 e 15 — Citbank Hall — São Paulo
Quando parece cada vez mais evidente que o Barão vermelho não vai voltar, a opção de assistir a um show de Frejat torna-se ainda mais interessante. Compositor acima da média, bom guitarrista e cantor competente, ele certamente terá uma boa banda de apoio e um repertório cheio de composições interessantes, embora nem sempre o tratamento sônico dado a elas seja o ideal. Vale uma espiada...

BRING ME THE HORIZON
15 - Carioca Club - São Paulo
Imagine se o Restart jogasse fora todas as roupas coloridas, trocando por camisetas e calças compradas na Galeria do Rock em São Paulo, e passasse a tocar um som que mistura Avenged Sevenfold com metalcore. Imaginou? Pois é, tal picaretagem atende pelo nome de Bring Me the Horizon e vai tocar aqui no Brasil, mostrando como o nosso país é um lugar perfeito para pastiches deste tipo. Se você pretende assistir isto e não se importa em ser chamado de "otário", só posso lamentar...

IMMORTAL
18 - Carioca Club - São Paulo
Olha, eu poderia escrever aqui alguns argumentos que explicassem porque recomendo que você, que gosta de heavy metal, vá a este show. Eu "poderia", mas... Sinceramente, não sei explicar porque eu mesmo não vou perder a apresentação de uma das bandas mais ridiculamente caricatas de todos os tempos. Talvez porque as canções sejam muito boas e eu morra de rir com as maquiagens e as "caras de mau" de seus integrantes. É, deve ser por isto... Eu acho...

MARIA RITA
19 - HSBC Brasil — São Paulo
Demorou um pouco para que grande parte do público levasse a filha de Elis Regina a sério como cantora. E não há nada de errado com o mundo quando se percebe que ela melhorou muito como cantora e, principalmente, na escolha do repertório de seus shows. Há uma dose maior de espontaneidade em suas apresentações e sua banda de apoio é eficientíssima. Para quem nunca a viu em cima do palco, vale a pena dar uma arriscada...

SADE
20 — Ginásio do Ibirapuera - São Paulo
22 — HSBC Arena — Rio de Janeiro
25 — Ginásio Nilson Nelson - Brasília
Outro show que você não pode perder. Uma das cantoras mais elegantes e classudas de todos os tempos, Sade vai mostrar um show que vai deixar você de queixo caído, seja pelo repertório sensacional ou pela simples presença desta deusa em cima de um palco. Agora, alguém pode me explicar por que este show foi agendado, em São Paulo, para um dos piores lugares em termos de acústica no Brasil?

ORQUESTRA BUENA VISTA SOCIAL CLUB
20 - HSBC Brasil — São Paulo
A participação da excelente cantora Omara Portuondo é um atrativo a mais para este show vibrante, que traz o melhor da música cubana feita pela velha guarda daquele país. É claro que você tem que estar com o astral propício para agüentar um festival de percussões inseridas em cada canção, algo que nem sempre é agradável. Agora, se estiver no pique de dançar, vai chacoalhar o esqueleto até desmaiar...

CAETANO VELOSO & MARIA GADÚ
21 — Via Funchal — São Paulo
Esperto como ele só, Caetano Veloso busca expandir seu atual público tentando cativar uma molecada que anda saudosa da Cássia Eller, a ponto de considerar Maria Gadú como "herdeira". Que bobagem. O show tem uma dinâmica meio arrastada e chega a dar sono em determinados momentos, pois fica-se com a impressão de que ela passa o tempo inteiro cantando uma mesma música, enquanto Caetano, com seu violão, faz força para despertar a atenção em gente pouco acostumada ao seu som. O pior é que vai ter a pavorosa "Shimbalaiê". Vá por sua conta e risco...

CUT COPY
21 - HSBC Brasil — São Paulo
22 - Circo Voador — Rio de janeiro
Este duo australiano faz um synth pop bem legal em seus discos — o mais recente, Zonoscope, lançado meses atrás, é excelente -, mas é preciso que você seja informado que os shows dos caras - anteriormente desmarcadas por causa dos vulcões sul-americanos -, têm toneladas de sons pré-gravados, incluindo os vocais, tudo muito bem disfarçado. Se você é daqueles que pensa que qualquer show é uma "balada, uhuuu" e não se importa de ser trapaceado, tudo bem. Agora, quem é chegado no lance "ao vivo", pode até pular com as músicas animadas do grupo, mas vai sentir o estranho gosto da fraude na boca.

SAXON
22 - HSBC Brasil — São Paulo
Apesar de ter lançado um disco "meia-boca" — o irregular Call to Arms -, um show do Saxon é sempre um festival de canções antológicas, que vão fazer escorrer uma lágrima no rosto de quem é saudoso da época do new wave of british heavy metal. De minha parte, não vou perder esta apresentação de forma alguma, ainda mais porque os caras prometem tocar o ótimo álbum Denim and Leather na íntegra. E você?

MxPx
22 - Inferno Club - São Paulo
23 - Capital Disco - Santos (SP)
Banda de punk cristã?Pois é, isto existe e vai tocar aqui no Brasil, fazendo um som que mistura influências de Descendents, Rancid e NOFX. Eu particularmente nunca vi os caras ao vivo, mas a premissa de ver um bom show de punk é tentadora, não?

RESTART
23 - HSBC Brasil — São Paulo
O que posso comentar a respeito de um show destes moleques sem sentir vontade de vomitar? Que será um festival de meninas gritalhonas e histéricas? Que tentar encontrar algum tipo de genuína qualidade no som do grupo é o mesmo que vender cortadores de grama para beduínos no Saara? Deus me livre!

EDSON & HUDSON
22 — Credicard Hall — São Paulo
A vida é dura, né? Quando se separaram, os irmãos achavam que iriam se dar bem em suas respectivas carreiras solos. Ledo engano. Com a queda no volume de shows, os dois não tiveram outra coisa a fazer que deixar as brigas de lado e voltar a tocarem juntos. Então, volta aqui a sonoridade "sertanejo/roqueira" que sempre apresentaram, entremeadas por aquele "chororô" ressentido que toda dupla sertaneja tem.

GOLDFINGER & REEL BIG FISH
22 - Carioca Club - São Paulo
Taí uma boa dobradinha para quem gosta de punk com altas doses de ska. São duas bandas muito boas, que sabem bem o que estão fazendo e que, juntas, podem transformar qualquer um lugar em uma festa irresistível. Se esta for a sua onda, não deixe de ver!

THE KILLS
27 - Beco 203 — São Paulo
O duo formado pela vocalista Alison Mosshar e o guitarrista Jamie Hince não toca com banda de apoio, e sim com programações de teclados e bateria pré-gravados. O que poderia ser um fator negativo costuma ser revertido justamente pela qualidade das canções, que capturam a sua atenção de modo cativante. Arrisque, pois você poderá ter uma agradável surpresa...

O RAPPA
28 e 29 — Via Funchal — São Paulo
Em cima do palco, a banda nunca faz feio. O problema é quando os caras privilegiam um tom meio "messiânico" dentro do show e escolhem canções meio letárgicas, que fazem com que a adrenalina da platéia dê uma abaixada violenta. Se souberem escolher um repertório mais visceral e estiverem com muita vontade de tocar, é daqueles shows quase essenciais de se ver.

ALCIONE
28 - HSBC Brasil — São Paulo
A "Marrom" canta muito. Isto é fato. O problema é que ela parece ter tanta certeza disto que acha que pode cantar qualquer coisa e todo mundo irá babar. Ledo engano. Um repertório que privilegie o samba e não canções "dor de corno" fazem com que a qualidade de seus espetáculos aumente consideravelmente. Torça para que ela tenha lido estas modestas linhas...

TITÃS
28 — Citbank Hall — São Paulo
A nova formação do grupo, com quatro integrantes originais, começou meio claudicante em cima do palco, mas aos poucos deu uma "azeitada" e melhorou muito. Por isto, uma das bandas mais queridas da história do rock nacional merece sua atenção apenas porque recheia seu repertório com canções antigas, todas infinitamente superiores às terríveis composições de seu mais recente — e pior — disco, o abominável Sacos Plásticos. Torça para que nenhuma música nova seja incluída no espetáculo...

SIRENIA
29 - Blackmore Rock Bar - São Paulo
Já imaginou uma "versão metal" do RBD, com uma vocalista que soa como uma versão pseudogótica da Dulce Maria? Pois é exatamente desta forma que este grupo norueguês tenta emplacar o seu som "perninha", uma das centenas de subprodutos originados a partir do sucesso do Nightwish. É tão risível que chega a ser engraçado... Não, não é nada engraçado ver meia dúzia de marmanjos onanistas e algumas meninas fantasiadas de Tarja Turunen na platéia babando pela vocalista Ailyn. Meio patético, isto sim...

PEDRO MARIANO
29 — Citbank Hall — São Paulo
O grande problema deste cantor é a sua total falta de carisma. È um problema tão sério que isto acaba contagiando suas canções, que acabam soando como se o Jorge Vercillo resolvesse parar de imitar o Djavan e passar a fazer uma versão mais adocicada do Maurício Manieri. Mesmo com uma ótima banda de apoio, o show não decola nunca. Pena...

JORGE VERCILLO
29 — Citibank Hall — Rio de Janeiro
E já que o citei no texto acima, o maior imitador de Djavan da América Latina está de volta para "pentear os ouvidos" dos mais incautos com canções adocicadas, com letras que mais parecem "poesia de escada de faculdade" e arranjos que não oferecem o menor sinal de ousadia e criatividade. É um daqueles shows ideais para se assistir bebericando uísque e comendo uma porção de provolone à milanesa...

EVAN TAUBENFELD
30- Carioca Club - São Paulo
O cara foi ex-guitarrista da Avril Lavigne e agora vem ao Brasil mostrar suas músicas com um violão. Preciso comentar mais alguma coisa?